Os números da consulta popular sobre as eleições municipais publicados ontem, não podem surpreender àqueles que acompanham os resultados dos últimos pleitos no município. Um observador mais atento, que faz um retrospecto dos números, verá que há uma lógica persistente nos resultados. Isto, desde a eleição de José Catarino para a Prefeitura Municipal, oportunidade em que foi o seu vice Osvaldo Melo do PT.
Os resultados do TRE aos quais qualquer pessoa tem acesso pela Internet, permitem uma análise detalhada do que estamos afirmando. Em 1.996, Catarino que levou consigo Melo, obteve 7.916 votos perfazendo 41,42%, contra 7.257 – 37,97% de Tufi Nicolau, 3.109 – 16,26% de Jorge Duran e 828 – 4,33% do Dr. Maurício. Estes totais somados deram 11.194 -58,58% - total de 3.937 – 17,16% - superiores à soma do vencedor.
A campanha de 96 vencida por Catarino, demonstrou que a divisão em três candidatos favoreceu a sua vitória. Osvaldo Mello foi eleito vice e depois de incontáveis desavenças com seu companheiro de chapa com pesadas acusações de traição de um lado e de outro acabou lhe sucedendo na Prefeitura.
Um novo período de incontáveis brigas na Justiça teve início no cenário local e Melo em 2.000 venceu as eleições, com 10.339 – 53,95% dos votos contra 8.824 – 46,05% do Professor Galvão e José Catarino somados. O vencedor foi favorecido pelo fato de ter substituído Catarino em verdadeiro inferno astral e pelo fracionamento da oposição em duas candidaturas. Nestas eleições Osvaldo Melo sofreu tentativas de impugnação de sua candidatura.
Em 2.004, Melo saiu candidato e foi impugnado. Substituído às pressas por Ângelo Malacrida, - a fotografia na cédula de votação era dele – apoiou o atual prefeito e este venceu as eleições, novamente se aproveitando da divisão dos oposicionistas. Malacrida obteve 8.699 – 42,89% dos votos. João Monteiro – 6.950 – 34,27% e Jorge Duran 4.632 -22,84% dos votos. A soma dos dois foi de 11.562 – 57,11%. A desunião da oposição proporcionou a vitória de Malacrida.
Em 2.006 ocorreu o episódio em que o analista deve se deter com atenção nas disputas da eleições para deputado estadual.
Osvaldo Mello se candidatou pelo PT, que estava no governo municipal e não conseguiu a maioria dos votos de Presidente Venceslau. Normalmente, candidatos a deputado que foram prefeitos, obtém votações expressivas em seus redutos, condição importante para se eleger. Melo não chegou aos 30% dos votos, em uma eleição sem nenhuma disputa. Obteve 7.733 votos – 29,80% do município, contra 4.416 – 17,07% de Mauro Bragato, 4.253 – 16,32% de João Monteiro e 1.197 – 4,61% do Major Olimpio. Os três juntos perfizeram 9.866 – 38% dos sufrágios.
Todos sabem que o PT, tem uma claque e militância aguerrida, uma super máquina de propaganda e recursos de sobra. O partido queria o surgimento de uma liderança forte no Pontal do Paranapanema e apostou suas fichas em Osvaldo Melo, que não correspondeu nas urnas.
Daí, a nossa análise sobre a pesquisa eleitoral divulgada que aponta Ernane Erbella na frente. Deu a lógica. Até as convenções Osvaldo Melo era candidato único. Os partidos da oposição não haviam escolhido nenhum nome. Com a união em torno de Erbella, estes primeiros números não mostram surpresa.
A militância petista que gira em torno de Melo, criou um falso favoritismo apoiado em uma bem montada rede de cochichos ao pé de ouvido que lhe dava uma liderança gritante. Mas, foi somente até a primeira pesquisa ser feita encomenda pelo próprio partido. A pesquisa não foi divulgada como noticiamos, sem nenhum desmentido do partido. Logo o PT que gosta tanto de “ir a Justiça” como vem ameaçando Melo em seu programa de rádio, não veio a publico para desmentir. Talvez, tente fazer agora um “fogo de encontro” contra a divulgação destes resultados.
Clóvis Moré
Jornalista Profissional
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
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