É muito doloroso para nós escrever sobre a morte. A inevitabilidade de sua ocorrência é um fato. Nascemos para morrer. Como citou sabiamente em seu artigo domingueiro o Dr. Tácito. Desde a concepção começamos a morrer. Mas nunca é bom falar sobre o assunto.
Presidente Venceslau e a colônia japosena que comemora 100 anos de imigração para o Brasil perderam o grande Zenji Yoshihara. Aos 81 anos de idade, mas ainda com muito vigor, pois o vimos há dias atrás, sempre com aquele cumprimento respeitoso. Próprio das pessoas educadas e que têm formação familiar.
Veio para o Brasil e Presidente Venceslau aos 7 anos de idade. Aqui chegou menino, cresceu, prosperou, viveu e amou esta cidade como ninguém. Tem um passado irretocável de trabalho, pertinácia, simplicidade e cidadania. Era um autentico “japonês antigo” daqueles que elegem o trabalho e a família como seus objetivos principais.
“Seu Zenji”, como era chamado carinhosamente por todos, não sabia dizer não. Era sempre “shim,shim”, com leves acenos de cabeça. Destas pessoas que a gente não esquece.
Dentro da colônia venceslauense construiu um legado de labor e dedicação, talvez jamais visto dentro da AREA. Foi presidente da entidade por vários anos. Sempre à frente dos investimentos que transformaram a sede em um dos mais belos recantos da cidade. Para ele não havia obstáculos e sim etapas a serem vencidas.
Sob a sua batuta e seu incentivo Presidente Venceslau escreveu uma de suas mais belas historias esportivas. Feitos que devem ser relembrados com orgulho por aqueles que aqui moram. Fomos várias vezes campeões brasileiros de beisebol. Foram conquistas memoráveis como lembra o grande amigo Walter Camargo, que transmitiu vários jogos do Bom Retiro, em São Paulo.
Ao lado dos Okada, Matsura, Yokoyama, Horie, Oda Kitayama, Futigami, Hamada, Shintate e tanto outros liderou com vigor e simplicidade o trabalho de construção de um município.
Ao lado desta liderança natural foi um dos maiores produtores agrícolas de Pres. Venceslau. Algodão, amendoim, e o título de “o Rei de Melão do Brasil” mostram a grandeza do seu trabalho e a força de sua liderança. Por muitos anos foi o maior fornecedor de “milho verde” no Ceagesp em São Paulo.
E o mais impoprtante. Constituiu uma família em que a marca era a união. Com sua esposa, irmãos e filhos sempre foi um exemplo de trabalho familiar. Mesmo atingido por percalços financeiros tão comuns no Brasil, onde o produtor é sempre massacrado, não desistiu e foi buscar na longingua Amazônia com seus filhos o renascimento financeiro.
Nunca deixou Presidente Venceslau. Exemplo de cidadão trabalhador incansável, otimista e amigo. Posso falar do sr. Zenji Yoshihara e tecer elogios. Cresci aprendendo a admirá-lo.
Hoje ao escrever estas linhas o faço cheio de tristeza porque perdemos um grande cidadão. Mas tenho a certeza de que como disse seu filho Celso ao seu lado no velório “ ele fez o que queria”.
Nosso pleito de homenagem a este grande venceslauense, que dignificou o nosso passado, ajudando a construir esta grande Pres. Venceslau, que nós como ele tanto amamos. Descanse em paz “seu Zenji”. O Senhor merece. Do seu sorriso não esqueceremos jamais.
Clóvis Moré
Jornalista profissional
sábado, 30 de agosto de 2008
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