Tenho um velho amigo. Ao qual estimo muito. Longos anos de conhecimento.
Pelas conversas agradáveis sobre o dia a dia da cidade. São papos às vezes conflitantes, mas merecedores de análises. Esta pessoa, morador antigo da cidade, muito conhecido, gosta de polêmica.
Nossa amizade remonta às famílias. Coisa de “avó de leite”. Ele sempre muito observador. Fala da cidade. Da limpeza, das árvores que não são cuidadas. Das ruas esburacadas. Apesar da idade, mais de 80 anos, tem um espírito visionário. Também pudera. Viaja muito. Conhece o Brasil.
De tempos a esta parte, quando falamos sobre tudo que acontece à nossa volta, tem às vezes me questionado: Por que quando você escreve, coloca no final seu nome e “jornalista profissional”?
Confesso que nunca me preocupei em lhe dar uma resposta pessoal. Mas, dias atrás, com os meus botões, este questionamento foi lembrado e resolvi responder publicamente. Isto porque, talvez muitas pessoas fazem a mesma pergunta.
A profissão de jornalista profissional é devidamente regulamentada pelo Ministério do Trabalho, desde os idos de 1.969. Até este ano, não havia faculdades que formavam jornalistas. O governo militar, que tanto censurou, houve por bem dar uma oportunidade aos que praticavam a profissão e publicou um documento legal. Deu a chance àqueles que exerciam a profissão de se registrarem. Talvez, para ficar mais fácil a localização na hora de exercer a censura.
Entrei nesta leva e em 1.97l, tinha meu registro no MTPS e o direito de exercer a profissão. Desde 1.962, exercia a função na Rádio AM e nos jornais da cidade e região.
Agora a explicação. Todas as reportagens, opiniões e comentários têm um autor. Que deve se identificar. Os veículos de comunicação exigem a qualificação profissional para contratar tais funcionários. A lei determina.
No meu caso específico, não sou funcionário de ninguém. Escrevo por prazer. O Jornal Integração, no seu expediente anota “Obs.: os artigos assinados não traduzem obrigatoriamente a opinião do Jornal”. O Moacyr Bento, que também é jornalista da velha safra, me deixa escrever. Mesmo que às vezes corra algum risco. Mas a velha amizade prevalece.
Alguns dirão: que explicação mais lacônica. Talvez até o meu velho e querido amigo assim se manifeste. Mas é a pura verdade. Não há no final dos artigos nenhuma outra proposição a não ser de identificar e responsabilizar quem escreveu.
Por um princípio aprendido nas lides jornalísticas acredito que todos devem ser responsáveis pelo que fazem. Se acertarem, serão premiados. Se errarem, serão punidos. A liberdade de expressão é um dos maiores valores que o homem conquistou. É bom viver assim. O meu amigo, mesmo sem ter registro é um jornalista. Faz jornalismo no dia a dia, andando e falando por toda cidade.
Clóvis Moré
Jornalista Profissional
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
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