segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

HOMENAGEM AO MERECIMENTO

A comunidade tem que reverenciar os seus valores humanos. Perdemos no domingo um dos nossos pioneiros. Salvador Lopes. 92 anos de idade 79 anos dedicados a Presidente Venceslau. A sua biografia que está publicada ao lado, é um exemplo para as gerações mais novas.
Honestidade, integridade, firmeza de caráter, retidão moral, lealdade, companheirismo, desportividade, exemplo de pai de família, de marido, de irmão e de amigo. Outros adjetivos de exaltação à uma figura humana são facilmente encontrados para definir a grande figura humana que foi Salvador Lopes.
Às vezes uma pergunta cala fundo dentro de mim... Convivi com estes homens extraordinários que construíram a história de nossa cidade. Ainda garoto, com 14 anos de idade, fui empregado do seu Salvador e do Seu Acácio, seu irmão de saudosa memória. No Escritório de Contabilidade da avenida Princesa Isabel. Trabalhei ali por 15 dias. Deixei o Escritório porque o saudoso Esidro Tacca, me chamou para trabalhar na Rádio que era o meu sonho desde menino.
Lembro-me do seu Salvador, sempre circunspecto, quieto, de poucas palavras. Chegava ao escritório pela manhã, conversava com seu irmão Acácio e começava a trabalhar. Na minha ingenuidade de menino, olhava aqueles dois homens e pensava... Será que um dia também serei assim...
Salvador Lopes, segundo meu pai, o velho Nico, tinha sido um dos maiores jogadores de futebol de Presidente Venceslau. Jogava pela Associação e nós torcíamos pelo Corinthians. A rivalidade era grande, mas o reconhecimento ao adversário era inegável.
Com o passar dos tempos, fui conhecendo o extraordinário valor de Salvador Lopes dentro da comunidade venceslauense. Soube que havia sido vereador por várias vezes, que era rotariano, que dedicava a sua vida para servir ao próximo, dentro do lema rotariano.
No ginásio tive a oportunidade de conhecer seus filhos. Primeiro a Tânia, moça bonita, elegante. Depois a Ana Maria, não menos linda. Minha contemporânea que encantava a todos com sua simpatia. Anos mais tarde conheci o “Dozinho”. Moço extremamente educado e que logo se destacou como grande cantor, formando o inesquecível “Trio D-3”, com o Chiquinho Bandeira e o Adauto. Era grande jogador de futebol, sempre pela Associação.
Dona Eny Mello Lopes, sua esposa, mulher de rara beleza, formava ao lado do seu Salvador com os filhos uma família exemplar. Vieram os genros, Brás e Nelson. Meus companheiros de rádio. Salvadorzinho se casou com a Selma, filha de outro grande venceslauense, Anésio Zanutto.
Dos encontros que tive com seu Salvador, por longos anos, sempre a mesma pessoa. Discreta, educada, cumpridora dos seus deveres.
Foi um “cidadão” na acepção da palavra. Patriota, lutou por obras em favor do bem comum, como estampa sua biografia. Pai de família... Estão aí seus descendentes dentro de nossa comunidade... Rotariano extremado, pontual, companheiro...
O que posso escrever mais sobre um ser humano de tantas qualidades... Talvez, somente mais uma frase. ...Não nasceu em Presidente Venceslau, mas foi um venceslauense, um autêntico venceslauense... Merece a nossa homenagem do fundo do coração.

Clóvis More
Jornalista profissional

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