terça-feira, 1 de abril de 2008

UM GRITO

Passei uns dias em silêncio. Faz bem. Serve para reflexões.Alguns leitores já perguntavam se havia parado de escrever. Neste país, onde tudo se corrompe, principalmente as consciências, talvez alguém tenha pensado nesta possibilidade. As conjecturas são feitas por alguns por inocência e por outros por maldade. Não as condeno. Pelo contrário, as entendo. São meios de defesa para quem quer defender o indefensável.No meio deste silêncio veio a perda de um amigo querido, um irmão, o Armando Takeshi Otsuka. Escrevi e sofri críticas de alguém do qual nunca esperava. Mas a vida é assim. Aparecem as decepções, de onde acreditamos que nunca iremos tê-las. Se fosse de alguém sem importância para mim, poderia ignora-las. Mas o que fazer ?Ao lado desta intempérie uma “Carta à Redação” com o título - “Um grito no corredor” – publicada no Integração, chama a atenção pela sensibilidade e a coragem de quem a escreveu.Valdomiro José da Costa – auxiliar de enfermagem – com mais de 30 anos de Santa Casa, não faz uma denúncia. Dá um “grito de alerta”.Um grito que poderá lhe custar o emprego. Não vou reproduzir nenhum trecho do que escreveu para ilustrar minhas palavras. Recomendo apenas que as nossas autoridades e leitores leiam o que ele teve a coragem de escrever. Muitos daqueles que gostam de criticar e sabem escrever e por medo ou omissão não têm coragem de expor seus pontos de vista, deveriam se espelhar no exemplo deste cidadão e vir para a imprensa defender suas idéias, não se escondendo no anonimato. A democracia exige participação.Dizem que a nossa população vive amordaçada. Ninguém cala a voz do povo que tem coragem. Temos que gritar, espernear, reivindicar, brigar pelos nossos direitos dentro da ordem e da disciplina.Façam como o Valdomiro. Criem coragem. Escrevam, falem, gritem que temos certeza de que a nossa Santa Casa vai melhorar. Não adianta apenas criticar. Temos que agir. Unidos seremos invencíveis.Clovis MoréJornalista Profissional

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