Quando escrevi o artigo “Socorro!”, retratei uma situação que a nossa população vive pela falta de atendimento especializado no hospital que já teve UTI funcionando e salvando vidas.
Daí, não posso ficar em silêncio. A carta à redação “Respeitem a Santa Casa” escrita por Maria Aparecida Davanso, publicada dia 27 próximo passado, contém uma manifestação que temos que respeitar. Se alguém trabalha há 33 anos em um local e não 23 como foi escrito, merece toda consideração e respeito quando se manifesta como ela fez.
Não ficou no anonimato e como todos deveriam fazer, expôs seu pensamento, colocou sua posição em defesa da Casa em que praticamente construiu sua vida. Se todas as pessoas agissem desta forma (dando a cara pra bater), não se escondendo, talvez a situação da Santa Casa fosse outra nos dias atuais.
Respeitamos sempre a Santa Casa. Não poderia ser diferente. Quem não respeitou o hospital e a população foram aqueles que jogaram a entidade na inadimplência com dívidas impagáveis, sem poder receber subvenções e baixando o nível de excelência (dos tempos áureos) como cita a missivista.
Apenas, não concordamos quando afirma – “é lamentável identificar que as críticas à Santa Casa em Presidente Venceslau muitas vezes feitas por pessoas que em nada contribuíram para a Entidade, dispensem análise aprofundada e têm apenas o propósito de esconder os avanços que arduamente temos visto conquistado”.
Os avanços citados e que certamente foram relacionados por alguém de escalão superior, visto que a missivista é plantonista em horário noturno, são trabalho de manutenção rotineira, como autoclave, aparelho para uso em cirurgia, compressor de ar, bebedouro e armários para funcionários, reformas nas partes hidráulicas e elétricas nos banheiros, além da renovação da rede de oxigênio. Ventiladores modernos e cadeiras com braços para acompanhantes de idosos. Cita a remodelação do Pronto Socorro e anuncia uma nova reforma.
É louvável que tal rotina seja mantida pois atualmente pela desqualificação dos nossos políticos os que pagam em dia os funcionários públicos são tidos como heróis. Mas, voltando aos avanços da Santa Casa, é muito pouco o que foi feito até agora pelo governo intervencionista do PT que fala abertamente em melhores condições de atendimento para a população.
Mas não se fala em nada de novo como uma nova UTI com equipamentos modernos, um novo centro cirúrgico, uma nova aparelhagem de Raio X, a instalação do mamógrafo, a melhora no laboratório de análises clínicas e outros equipamentos que acompanhem o avanço tecnológico dando mais segurança e confiabilidade no atendimento aos pacientes.
Também não se fala de uma ampliação no atendimento dos plantões médicos para que situações vexatórias como médico almoçando e paciente esperando se repitam como ocorreu a poucos dias, segundo denúncias na imprensa.
Não se faz linchamento à Santa Casa. Pelo contrário. A população tem ajudado e a prova está na ala pediátrica que o Rotary Clube vai inaugurar em junho anexa ao hospital e que não foi citada pela missivista como uma conquista do hospital. Posso dizer que contribui modestamente para que a obra fosse realizada e os integrantes da Comissão de arrecadação do Rotary são testemunhas das minhas contribuições.
Volto a afirmar... a funcionária da Santa Casa Maria Aparecida Davanso está certíssima em defender o local onde trabalha, pois teve a coragem que os dirigentes intervencionistas do hospital não demonstraram até agora em momento algum a não ser ameaçar pessoas que sofreram na carne com a falta de atendimento, com interpelações na Justiça.
Quem intervém uma entidade de tamanha importância, quem a dirige, tem a obrigação de prestar contas à comunidade e defendê-la quando fica exposta às críticas, como tem sido a Santa Casa nos últimos meses.
O cargo de provedor do hospital sempre foi ocupado por pessoas honradas de ilibada idoneidade moral de prestígio e respeito na comunidade que trabalharam de graça sem receber nenhum salário. Daí o nome Irmandade da Santa Casa. Irmão não cobra de irmão. Está na hora do hospital ser devolvido à esta Irmandade para que possamos todos, comunidade, funcionários, médicos, resgatar os “tempos áureos” do nosso principal centro de atendimento médico.
Assim a população voltará a ser respeitada com atendimento digno de pessoas humanas, que não podem ficar em corredores quando estão necessitando de tratamento médico.
Clóvis Moré
Jornalista profissional
quarta-feira, 30 de abril de 2008
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