QUE BOM SERIA...

Às vezes fazemos devaneios, na ânsia de encontrar algo de bom para que possamos exteriorizar. Quem está acostumado a externar suas opiniões, tem durante o passar do tempo, várias idéias que surgem como raio e logo desaparecem. Ou ficam nos atormentando, se vale a pena escrever sobre elas ou não.
Um eterno dilema que assola a nossa mente, e fica torturando os pensamentos. São aqueles “pensamentos que me afligem” como diz o Rei Roberto Carlos em uma de suas canções. A vida do ser humano, dimensionada por esta notável capacidade dada pelo Criador, de que podemos pensar, sem que ninguém saiba sobre o que estamos pensando. É um verdadeiro labirinto de desejos, intenções, vontades, na maioria das vezes irrealizáveis.
Diz o jogador contumaz das loterias: “se eu ganhasse na loteria, compraria um carro novo, uma fazenda, cheia de bois, uma casa bem grande, bonita, bem localizada e iria curtir a vida”. Mas, existe o “se” pela metade do caminho que por ser uma preposição tão pequena na língua portuguesa, atrapalha sonhos tão grandes. Mas, é a lei da vida, e precisamos sonhar.
Gosto de sonhos. Vivo deles. Cada dia um diferente. Alguém que muito amo, às vezes me diz “deixa disto, você não tem juízo”. Algo dito por quem já comeu quase um saco de sal junto, nos últimos 40 anos.
Mas, o sonhador, é um inveterado. Não deixa nunca o vício. Escuta a advertência, diz que vai mudar e no outro dia, está lá de novo sonhando, caraminholando, como se fosse capaz de tudo resolver com suas palavras e artigos que muitas vezes ninguém lê.
Pensamos – que bom seria que nossa cidade, um conglomerado de quase 40 mil pessoas, fosse um agrupamento de pessoas unidas em torno de um objetivo comum, onde a fraternidade guiada pelo amor determinasse todas ações nos mais diferentes setores da vida social.
Quem bom seria ­- que todos juntos, comunitariamente, poder público e população, lutássemos pelos mesmos objetivos de progresso, crescimento, reivindicando conjuntamente aquilo que todos precisam.
Que bom seria – que os políticos tivessem pensamentos elevados, deixando de lado as vaidades pessoais e irmanadamente lutassem pelo bem coletivo, abdicando de cargos com elevados vencimentos e trabalhando realmente pela população.
Que bom seria – que a imprensa pudesse todos os dias noticiar coisas boas, para que seus leitores não ficassem decepcionados com as informações diárias.
Ufa! Sonhar é preciso, me diz a colega de redação. Mas, nem tanto...
Clóvis Moré
Jornalista Profissional