Não raro, temos políticos locais criticando o passado. Como se alguém que teve atividades políticas há tempos tivesse obrigatoriamente ficha suja. Ao observarmos o currículo dos críticos, observamos que têm mais de 20 anos de atividade política eleitoral. Um fato que tem que ser analisado e observado à luz da realidade atual.
As coligações partidárias que estão sendo registradas na Justiça Eleitoral oferecem subsídios para obtermos dados que nos fazem raciocinar. Alguns críticos contumazes de figuras políticas do passado a elas se juntaram em ligações antes impensáveis. Fizeram campanhas passadas recheadas de críticas, em sua maioria com adjetivos pejorativos e agora se juntam.
Deve o eleitor se perguntar: Será que o que não servia antes como companheiro agora serve? Alianças tidas como impossíveis aparecem nas siglas partidárias apresentadas para registro eleitoral. Há um partido de um ex-governador, tido como companheiro indesejável, motivo de pesadas críticas por ser conservador e de direita, que faz coligação com um partido tido como de esquerda.
Em municípios como o nosso, onde todo mundo se conhece, estas alianças trazem muitas indagações. Sobre o assunto um comentário feito no Jornal “O Estado de São Paulo” sessão Aliás J5 – com o título “ Presidencialismo de transação” é muito sugestivo.
Diz: “No Brasil temos um presidencialismo de novo tipo, um presidencialismo de transação. Transações caras, à custa do tesouro público. A desfaçatez é tão grande, que tudo é feito às claras. Se antigamente a negociação para obter apoio político era realizada clandestinamente, hoje a transação é pública.”
Continua – “O exemplo que vem de Brasília acaba contaminando Estados e municípios. As alianças políticas também são estabelecidas por essa lógica perversa, que antecede até a vitória eleitoral. A imprensa noticiou fartamente os acordos para a eleição municipal deste ano e o centro da discussão foi o tempo na televisão”.
Vai mais além: “Não houve um partido que ao estabelecer uma aliança tenha discutido alguma questão programática. Nada disso. Os partidos, que têm proprietários, especialmente os menores, comercializaram o tempo de televisão, trocando por eventuais favores após a vitória e por apoio financeiro aos seus candidatos (os famosos gastos não contabilizados). As alianças políticas não são estabelecidas com base programática”.
É bom lembrar que Presidente Venceslau não conta o tempo de televisão e sim de rádio.
O eleitor que a cada dia se torna mais observador e atento à cena política pode, em um exercício de raciocínio, descobrir no quadro partidário local quem são estes “oportunistas de plantão” como definiu recentemente um importante político local.
Estas figuras manjadas dentro da política local e regional são que devem receber o repúdio do eleitorado não sufragando seus nomes nas próximas eleições. O eleitor deve pensar “quem te viu e quem te vê”.
Clóvis Moré
Jornalista Profissional
quarta-feira, 23 de julho de 2008
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