terça-feira, 21 de agosto de 2018

DIA A DIA

Um amigo chamou a minha atenção para uma cena: Dentro de uma viatura policial alguns menores aguardavam na porta de delegacia a vez para serem interrogados. Esquálidos, com as pernas e braços finos cruzados e a cabeça entre as mãos, eram o retrato da juventude que perambula perdida pela cidade. Meu amigo indagou -" Sabe de quem é a culpa ?" E ele mesmo respondeu -" dos governos...." Explicou : "são frutos da falta de trabalho, do que fazer destas crianças, que impedidas de aprendizado, são seduzidas pelo tráfico de drogas. Depois da primeira vezem que ganham míseras moedas, sempre repetem a transgressão." Uma descrição cruel, doída e verdadeira. Arrematou -" nós quando crianças podíamos trabalhar na ajuda à família, na roça, no comércio, nas oficinas, como office-boys nos escritórios. Era mais fácil, assim começamos." Veio a minha lembrança a infância na Rua Henrique Dias, quando ouví " o trabalho, ensina, dignifica. enobrece e forma cidadão, juntamente com a educação e o amor da família. É lógico que a criança necessita de apoio e orientação de órgãos públicos, da sociedade. Está ingressando no convívio social sem nenhuma experiência nos seus primeiros passos na vida. Nossas leis são frágeis e punitivas. Não têm o espírito de oportunidade ao advertir, educar, mosstrando que o o governo tem a responsabilidade de dirigir a sociedade, e, ao invés de castigar, abrir a porta para que o novo cidadão possa ingressar na trilha do bem. Na mesma cena, à porta da Delegacia, transeuntes que passavam,movidos por uma curiosidade mórbida olhavam com ar de reprovação aos menores na viatura policial. Ninguém parecia se compadecer. Pelo contrário. Não acreditamos que seja assim o proceder do ser humano. Deus nos ensina que devemos amar e ajudar ao próximo. Uma daquelas crianças poderia ser um dos nossos filhos, netos ou parentes. Espero em Deus, que não estou fazendo apologia do bem ou do mal, gratuitamente. Apenas, peço, imploro que os corações e mentes se compadeçam e abram um espaço, com piedade e e conselhos para os que não foram orientados. A nossa consciência é o juiz de cada um. Vamos ter comiseração, ser caridosos procurando ajudar às crias de um modo geral, pois eles serão nós no futuro. Às vezes uma palavra amiga dita com carinho e amor ajudam e muito, não só as crianças mas também a nós adultos.

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